São Carlos é hoje pioneira em um projeto que reúne quatro professores voluntários e que trabalha com 15 jovens de 14 a 24 anos com deficiência no intelecto oriundos da Apae: trata-se da primeira equipe de para-cheerleaders do Brasil.
Hoje, sob a orientação dos técnicos Letícia Saggioro Sinatura, 27 anos (Engenheira de Produção) e de Gian Carlo Queroz Quintino, 28 anos (universitário de Ciências Sociais) e dos professores voluntários Dayse Stephani Perissinotto Gomes e Matheus Freitas Pereira, 22 anos (estudantes de Educação Física da UFSCar), treinam duas vezes por semana em um galpão na Vila Marina.
O nome da equipe é ParaCheer Sanca All Stars e o grupo tem uma meta ambiciosa para 2019: disputar o Campeonato Nacional que será realizado em Campinas.
EQUIPE JOVEM
A reportagem do São Carlos Agora foi até a equipe e acompanhou um treino e conversou com uma das técnicas, Letícia, que dedica-se a 10 anos à atividade esportiva. Por um período foi atleta da Sanca All Stars Cheerleaders, equipe que representa a cidade em várias competições estaduais e nacionais.
Segundo ela, o ParaCheer Sanca All Stars nasceu há seis meses após muitas reuniões entre Apae, UFSCar, pais dos alunos e com integrantes da equipe. “Daí nasceu a iniciativa de formar um time com jovens especiais. Uma forma de inclusão, proporcionar atividade física para os alunos e fazer com que eles se apaixonassem por esta modalidade esportiva. E provar que todos têm condições de praticar o Cheerleaders”, comentou. “Paralelamente temos a oportunidade de fazer um trabalho 100% voluntário, sem visar nenhum tipo de lucro. Ainda mais porque trabalhos com jovens oriundos de famílias carentes”, ponderou.
EM BUSCA DE RECURSOS
A equipe formada por 15 alunos da Apae treina com muita determinação e a primeira coreografia tem a duração de 2,30 minutos.
O primeiro desafio é o Campeonato Nacional de Cheerleaders, que será realizado no dia 30 de novembro em Campinas. O custo do transporte, alimentação e uniforme do time ficará em torno de R$ 6 mil. “Não temos condições de arcar com as despesas e por este motivo lançamos uma vakinha virtual e esperamos poder contar com o apoio da sociedade são-carlense”, disse Letícia.
A doação pode ser feita através do link http://vaka.me/757949. “A gente pede ajuda para que possamos dar a chance desses jovens terem momentos felizes e mostrar que são capazes”, afirmou.
FATORES POSITIVOS
Indagada pela reportagem, Letícia pontuou itens que considera benéficos para os alunos que começaram a praticar o Cheerleaders. “Podemos separar em dois ramos. O social, pois aprendem a trabalhar o coletivo, com senso de união, cooperação. Até a desinibição. Quando eles começaram há seis meses, eram tímidos. Tinham muita vergonha. Mal conversavam. Agora, com o dia a dia, são outras pessoas. Brincam e interagem bastante”, disse.
Quanto a qualidade de vida, a técnica viu pontos positivos. “A coordenação motora evoluiu sensivelmente. Estão ágeis, adquiriram mais equilíbrio e flexibilidade.
ENSINA E APRENDE
Letícia, Gian, Dayse e Matheus são unânimes: trabalhar com jovens especiais e ter a chance de formar a primeira equipe de para-cheerleaders do país foi prazeroso. “A gente ensina. Mas aprende muito com eles. A cada dia, uma surpresa. Agrega emoção, lição de vida”.
Ela reconhece que o Cheerleaders é um esporte novo no Brasil e por trabalhar com o primeiro time para é um desafio, pois a diferenciações no regulamento, ajustes. “Mas trabalhamos uma rotina de apresentação. Para as posições, damos nomes de frutas e eles entendem com muita facilidade. A linguagem e os movimentos são totalmente diferentes. Mas tudo feito com muito cuidado e carinho”, explicou.
Letícia finalizou a reportagem ao dizer que foi criado um vínculo social no Sanca All Stars Cheerleaders. “Falo por mim, mas o sentimento é de todos. É um prazer grande o que sentimos. Poder ajudar o próximo é algo que faz muito bem para nós. É como renovar o espírito”, finalizou.
Fonte – Terra