Muitas profissões são desvalorizadas. Algumas, só recebem o devido valor, quando as pessoas percebem que precisam desses profissionais e se dão conta do quanto o trabalho deles é importante. Um desses exemplos é o do encanador. Para falar sobre esta profissão, o jornal “O Democrático” conversou com o Paulo Sérgio Tomazin, que trabalha há 18 anos como encanador.
O Democrático: Sempre trabalhou como encanador?
Paulo Tomazin: Antes, eu trabalhava como eletricista, na Companhia Ferrovia Paulista. Depois, surgiu a oportunidade de fazer o concurso no departamento de água. Eu prestei, passei e estou até hoje.
O Democrático: É uma profissão de alta responsabilidade?
Paulo Tomazin: De muita responsabilidade, porque é preciso levar a água para a população, e isso não é fácil. Precisa estar sempre atento a tudo e à disposição.
O Democrático: Como se sente nesta profissão?
Paulo Tomazin: Eu fico feliz, porque as pessoas confiam no meu trabalho e me chamam para executar os serviços que muitos não conseguem. E eu presto esse serviço com total carinho.
O Democrático: Teve muita história ao longo desses 18 anos?
Paulo Tomazin: Sim, muitas histórias, muitos amigos, muitos casos de vazamentos, estamos à disposição para resolvê-los.
O Democrático: Como munícipe e trabalhador na área, há problemas no sistema?
Paulo Tomazin: Falta bastante coisa para melhorar. As pessoas sabem o que tem que fazer, mas não colocam em prática.
O Democrático: Se não fosse encanador, qual outra profissão teria?
Paulo Tomazin: Eu gosto muito da parte de instalação elétrica.
O Democrático: Qual a recomendação para quem quiser seguir nesta profissão?
Paulo Tomazin: Em primeiro lugar, estudar, porque o nosso trabalho não é fácil, é um trabalho perigoso, já houve óbitos, não é para qualquer um. Não que encanador não seja uma profissão legal, mas estudem e façam aquilo que realmente gostem.
O Democrático: É uma profissão que exige muito?
Paulo Tomazin: Bastante, não só de mim, mas como de todos os companheiros de serviço.
O Democrático: Consegue tempo para a família?
Paulo Tomazin: É complicado. Se fosse só o trabalho das 7h às 17h, você até consegue. Mas, como o salário não é tão legal, eu preciso fazer os corres por fora e a família acaba ficando para trás. Agora que estou solteiro e cuidando só dos filhos, tenho que me virar e arrumar tempo para eles.
O Democrático: Pretende arguir nesta profissão?
Paulo Tomazin: Com certeza. Vamos tocando até onde a vida deixar.