DOUTOR RESPONDE

Você já ouviu falar em Equoterapia? A prática já não é tão desconhecida, pois tem se tornado uma das atividades terapêuticas mais procuradas e com resultados cada vez mais significativos. Entre os pacientes que procuram por este tratamento, estão os diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Quem explica este assunto é a fisioterapeuta Tamiris Fernanda Pontalti.

O Democrático: O que é Equoterapia e também o que é Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
Tamiris Pontalti: Equoterapia é um tipo de terapia com cavalos, que serve para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo através do movimento tridimensional do animal. O Transtorno do Espectro Autista, também muito conhecido como TEA, é um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldade na interação social, comunicação d comportamentos repetitivos.
O Democrático: É possível realizar Equoteria em pessoas com Transtorno do Espectro Autista?
Tamiris Pontalti: Sim, é possível realizar Equoterapia com autistas e obtemos bons resultados. E não só com eles, mas com indivíduos nas variáveis patológicas como a hiperatividade (TDH), que são aquelas crianças desatentas e com falta de concentração, e a relação deles com o cavalo tem demonstrado resultados positivos. Também trabalhamos com diferentes patologias, desde aquele praticante que faz uso de cadeira de rodas, até aquele com problemas de insônia, dores na coluna, depressão, entre outros.
O Democrático: Como é uma sessão de Equoterapia com os praticantes com TEA?
Tamiris Pontalti: Durante uma sessão de Equoterapia encontramos três fases. A primeira é a fase de aproximação do cavalo, que seria criar vínculo com o animal e as terapeutas, alimentando o cavalo e escovando, por exemplo. Essa fase é essencial, principalmente, para os praticantes com TEA. Depois, temos a fase de desenvolvimento, que seria desenvolver a sessão de acordo com os objetivos estabelecidos no plano individual de cada criança ou praticante. Por último, temos a fase de conclusão e encerramento, como forma de agradecimento ao cavalo.
O Democrático: Quais são os benefícios da Equoterapia para as pessoas diagnosticadas com TEA?
Tamiris Pontalti: Melhora do equilíbrio e da postura, através da estimulação de reações do passo do cavalo; estimula a sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa pelo ambiente; desenvolve tônus muscular; aumenta o autoestima, facilitando a integração social; motiva o aprendizado; ajuda também em fobias por animais e altura, e ensina a importância de regras, como a disciplina.
O Democrático: Qual a idade indicada para começar a fazer Equoterapia?
Tamiris Pontalti: A partir dos 2 anos de idade. Em crianças com Síndrome de Down, a partir dos 3 anos.
O Democrático: Na Equoterapia, quais são os profissionais envolvidos?
Tamiris Pontalti: Nós trabalhamos com uma equipe multiprofissional, com atuação interdisciplinar, formada por fisioterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, pedagoga e equitador, muito importante para a escolha dos cavalos em cada sessão.
O Democrático: Para você, como fisioterapeuta, quais são os objetivos da fisioterapia junto à Equoterapia?
Tamiris Pontalti: Os objetivos são vários, entre eles temos a regularização do tônus muscular e equilíbrio, reeducação postural, estimular a movimentação corporal, desenvolver força muscular, melhorar as percepções motora e sensoriais, e também a maior independência do praticante, fazendo com que os resultados sejam positivos.
O Democrático: Quais os ganhos emocionais da Equoterapia em crianças com TEA?
Tamiris Pontalti: Os ganhos são inúmeros. O trabalho com os cavalos permite obter confiança, motiva a superar os limites, ter noção de si próprio e do mundo ao redor, diminuir a agitação e irritação, melhora a socialização, pois durante a prática, interage e trabalha em grupo com os profissionais, com outros praticantes e com o próprio cavalo, com o qual cria um vínculo.
O Democrático: Por que você escolheu seguir na aréa da Fisioterapia e se especializar em Equoterapia?
Tamiris Pontalti: Resolvi juntar minha profissão, que é Fisioterapeuta, com o que eu gosto, que são os cavalos. O convívio com esse todo é muito bom e ver a carinha de cada praticante em cima do cavalo é muito gratificante.

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