De um lado, mato. Do outro, também. E agora? Para onde correr? Há quem diga que os matinhos espalhados por aí estão verdes e altos por causa da chuva. Não deixa de ser verdade, há de se concordar. Mas só por isso a paisagem da cidade precisa ficar assim? Ah não ser que os padrões de paisagismo tenham mudado, afinal, as coisas mudam com tanta frequência, mal dá para acompanhar. E, se mudou, convenhamos – esta nova moda é de muito mal gosto, não acham?
Quem é que gosta de entrar em uma casa que mais parece uma selva? Se fosse assim, não precisava morar na cidade. E quem é que gosta de passar um dia inteirinho fazendo faxina em casa e depois olhar pela janela e ver o matagal que tem ao lado? Por mais limpa e cheirosa que a casa esteja, ter um terreno nestas condições, bem do ladinho, vai ser um atrativo e tanto para visitantes indesejados, se é que entendem.
Fala-se muito em evolução das espécies, em tecnologia, internet das coisas, mas como é que a humanidade tem condições de acompanhar essas mudanças todas, se nem limpar o próprio terreno consegue? Parece até contraditório, aliás, não parece, é.
Ainda falando em evolução, como é que em plena era da sustentabilidade ambiental, as pessoas jogam lixo na rua? Como é que descartam entulhos em locais inapropriados? Quando se faz questionamentos como estes, até parece que está fazendo uma pergunta absurda, daquelas que nem os cientistas deram conta de responder, como: “Pode haver vida inteligente fora da Terra?”
Seria tão mais simples se cada um cuidasse do que é seu. Já pensou se cada um cuidasse do seu próprio espaço, como cuida um da vida do outro? Talvez a resposta para isso tudo esteja aí, na fofoca. Se o tempo que se perde falando do outro e bisbilhotando a vida alheia fosse usado para cuidar da casa, do carro, da família, dos filhos, dos terrenos, talvez muitos problemas estivessem solucionados.
É, com uma simples reflexão dessa dá para concluir que não precisa ser nenhum gênio para responder algumas perguntas, compreender algumas situações e encontrar alguns culpados. Em resumo, a culpa sempre foi e sempre será nossa. Ou muda, ou o mundo muda com a gente.