
A eleição de 2026 pode inaugurar um fato incomum na longa trajetória de Lula: a possibilidade concreta de perder ocupando o Palácio do Planalto. Não é o cenário mais provável, mas é real. A máquina política e eleitoral que sustenta o presidente é vigorosa, pragmática e desprovida de escrúpulos — fará o necessário para neutralizar o adversário mais competitivo.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, tem a reeleição praticamente assegurada. Lançar-se à Presidência seria um movimento de alto risco, capaz de reduzir uma trajetória promissora à condição de mais um ex-governador sem mandato — destino de Serra, Aécio, Doria e Bolsonaro. A história recente não perdoa quem força o tempo.
A exceção é Geraldo Alckmin. Depois de ser pulverizado politicamente em 2018, ressurgiu como vice-presidente e reacendeu a possibilidade de chegar ao topo da República. A política raramente concede segundas vidas — e Alckmin soube aproveitá-la. Domina a liturgia do cargo, conhece o funcionamento do Estado e possui disciplina quase monástica.


