ALBERTINHO ARAÚJO,
O MENINO SANTO DE DOIS CÓRREGOS
Albertinho Araújo (de 09/08/1919 a 16/08/1936) é considerado o menino santo de Dois Córregos. Faleceu há mais de um século, quando havia completado 17 anos de idade, mas no cemitério local o seu túmulo está sempre coberto de flores, e podem ser contadas em torno de 50 placas de bronze coladas na lápide, agradecendo Albertinho pelos milagres, ou graças alcançadas.
O saudoso doutor Anor Scatimburgo, delegado de polícia, conheceu Albertinho Araújo, e se confessava um admirador do menino. Contou-me que Albertinho, além de bondoso, era um jovem lindo e muito educado. Diariamente Albertinho passava de casa em casa pedindo doações de roupas e alimentos para levar aos idosos do Lar São Vicente de Paulo. E os velhinhos do “asilo” o adoravam como se fosse um filho, já que ele parecia entender que se tratavam de pessoas solitárias e carentes de amor familiar. Por isso mesmo, Albertinho conversava diariamente com eles, conseguindo transmitir-lhes conforto espiritual, através de suas palavras amáveis.
Albertinho Araújo, no entanto, era cardíaco e quando sua doença se agravou ele foi internado no hospital da Santa Casa de Misericórdia de Dois Córregos. Durante o tempo em que passou definhando no leito hospitalar, ele suportou a agonia sem nenhum gemido. E minutos antes de falecer, disse que estava vendo Nossa Senhora. Expirou mansamente, segundo ainda relatou o doutor Anor Scatimburgo, e a beleza de seu rosto o acompanhou até depois da morte.
No velório de Albertinho Araujo, todos os velhinhos do “asilo” compareceram, e não conseguiram conter as lágrimas. Lágrimas pelo menino santo de Dois Córregos.
Sabemos que a igreja católica, para canonizar um santo, abre um processo meticuloso e muito demorado, que pede comprovações de milagres, e que geralmente é arquivado ou esquecido. E várias pessoas alcançaram graças através de orações a Albertinho Araújo. O presente artigo, no entanto, não tem nada a ver com um suposto desejo de canonizar o menino santo de Dois Córregos. A intenção é somente relembrar a vida de um menino cuja infinita bondade serviria de exemplo aos jovens destes tempos em que vivemos – destes tempos tão competitivos e egoístas.
Fonte: Heusner Grael Tablas