Madonna está no Brasil, e uma pergunta que pode surgir é: Por que tanta gente se sente impactada pela cantora?
Desde o início de sua carreira, Madonna tem sido uma figura controversa e revolucionária na música pop, desafiando normas sociais e tabus culturais. Seu impacto vai além da música, estendendo-se para questões de gênero, sexualidade e liberdade pessoal. Em seus shows, Madonna não apenas entretém, mas também educa e inspira, especialmente no que diz respeito à liberdade sexual feminina.
A rainha do POP emergiu nos anos 80 em um cenário musical dominado por cantores masculinos. No entanto, mesmo em um mercado machista, ela rapidamente se destacou não apenas por seu talento musical, mas também por levantar pautas minoritárias importantes, assim como a sexualidade feminina e os direitos de pessoas LGBT+.
Desde os primeiros dias de sua carreira, a cantora desafiou convenções sociais, celebrando a liberdade das mulheres em suas letras, performances e imagem pública.
Em Material Girl, música inspirada na interpretação de Marilyn Monroe do número “Diamonds Are a Girl’s Best Friend’’, do filme Gentlemen Prefer Blondes (1953), as cenas retratam Madonna interpretando uma atriz, cuja personagem se importa mais com o dinheiro e pedras preciosas do que o amor verdadeiro.
A canção foi incluída no álbum de estúdio ‘’Like a Virgin’’, no ano de 1984, e foi considerada além do seu tempo, por mostrar que as mulheres não queriam o verdadeiro amor, como era pregado até então, mas sim bens e dinheiro, assim como qualquer um.
Já na música ‘’Vogue’’, Madonna prestou homenagem a inúmeros atores Hollywoodianos. Esteticamente inspirado nas décadas de 1920 e 30, no videoclipe Madonna e seus dançarinos são vistos dançando o estilo de dança de nome homônimo.
Tal forma de dançar é inspirada em poses de modelos da revista Vogue, a tem raízes na comunidade LGBTQIAP+, negra, latina e periférica dos Estados Unidos. O estilo tornou-se popular na década de 1980 em festas chamadas Ballrooms ou Balls e clubes gays do centro dos Estados Unidos.
Ao longo de sua carreira, Madonna influenciou inúmeras artistas e abriu caminho para discussões sobre sexualidade, feminilidade e poder. Seus shows inspiraram uma geração de mulheres a desafiar as expectativas sociais e a abraçar sua existência de forma aberta e sem desculpas.
‘’ O efeito Madonna’’ pode ser confirmado pelas notícias veiculadas na semana do show da cantora no Brasil ‘’ embarques de ônibus para o Rio de Janeiro aumentam 55%’’, em reportagem da CNN do dia 03/05/2024, além de ‘’ ocupação de voos extras da Azul para show da Madonna no Rio chega a 86%’’, também noticiado pela mesma emissora.
Sendo assim, é possível concluir que os shows da rainha do POP não são apenas entretenimento; são manifestações de liberdade, empoderamento e resistência. Ao celebrar a sexualidade feminina em seus shows, Madonna desafia normas sociais e promove a ideia de que as mulheres e pessoas LGTBQIAP+ têm o direito de serem donas de seus corpos e desejos. Seu legado perdurará como um lembrete do poder transformador da expressão sexual feminina e da importância de se lutar pela liberdade pessoal e pela igualdade.
