Seis horas da manhã. Despertador toca. Lava o rosto, abre os olhos, estica os braços, aquela espreguiçada de respeito, e abre a janela. Ao olhar para o lado de fora, raios de sol e pássaros cantando. Ah, será mais um belo dia, que benção!
Enquanto coloca a água para ferver, liga o chuveiro e toma aquela ducha refrescante pela manhã. Não há despertador melhor. Ainda com a toalha no corpo, separa duas colheres de café, aquele da fazenda, torrado e moído, que nenhum industrializado é capaz de ter o mesmo sabor. Coloca no coador de pano e despeja a água quente. Aquele cheirinho matinal de café fresco, passado na hora. Nada de açúcar. É para saborear o verdadeiro café e começar o dia com tudo.
Pronto, agora pode começar. Separa aquela calça jeans surrada, afinal, nenhuma outra é capaz de trazer o mesmo conforto que a velha companheira. Uma camiseta fresca, afinal, o verão tá de tirar o couro, literalmente. A própria Nasa disse isso, claro, com outras palavras. Haja sombra e água fresca. Coloca aquele calçado velho, mas laceado, que não vai apertar os dedos e nem fazer calos, já basta o calor, era só o que faltava passar aperto no pé. Hora de honrar com os compromissos.
Olha para o relógio e, poxa, já está alguns minutos em atraso. Ao sair com o carro percebe que todo mundo está atrasado, é um cortando a frente do outro, buzinada, freada, chega a suar frio (opa, mas não estava calor?). Estaciona, corre, passa o ponto, senta e respira. Ufa, vamos lá!
Telefone toca. Outro toca. Mais um ramal toca. Desliga um, atende outro, e outro, e outro. Entra na reunião. Sai da reunião. Faz algumas anotações, tenta organizar a agenda, olha para o relógio e já está na hora do almoço. Nada de fazer comida em casa, não vai dar tempo. Procura pelo restaurante mais próximo. Não encontra lugar para estacionar. Tenta outro, passa devagar em busca de uma vaga e recebe a primeira buzinada. Todo mundo sem paciência. Opa, tem uma vaga ali. Faz a manobra e sente um solavanco. Pois é, a roda enroscou em um buraco. Agora está explicado porque havia uma vaga. Come uma salada verde, um arroz integral, uma carne grelhada. Hora de voltar. Mais um turno, nem parece que é outro. Tudo igual.
Fim do dia. Trânsito. Buraco. Buzina. Apressadinhos. Bicicleta. Motocicleta. Pedestre atravessando na faixa, ninguém parou. Já é noite. Toma aquela ducha, faz um lanche light, toma um suco natural e deita no sofá. Hora de ver as principais notícias do dia. Nem percebeu, acordou e estava no filme da madrugada. Melhor ir para a cama. Mal deitou, o despertador tocou. Como assim? Pois é, nem se recorda do que sonhou. Será que sonhou? Hora de começar tudo de novo. Até parece que 2019 nem acabou, continua tudo do mesmo jeito. Mas, também, o que você imaginou que aconteceria ao virar o ano? O que esperava com a chegada de 2020? A mudança não está na transição de calendários. A mudança está dentro de cada um. Se ninguém mudar, nada vai mudar. Mas, alguém pode começar fazendo isto. E, esse alguém, pode ser você. Seja a mudança. Inspire. Faça. Aconteça. O resto é consequência. Bem-vindo, 2020!