DOUTOR RESPONDE

Com o passar dos anos, o organismo deixa de ser tão eficiente. Problemas de saúde surgem e os cuidados precisam ser redobrados. Entre os problemas mais comuns enfrentados, principalmente, pelos idosos, estão as quedas. As consequências de um acidente podem ser graves. Quem fala sobre este assunto é o fisioterapeuta Lucas Leonardo Zancanaro.

O Democrático: Como as quedas podem ser definidas?
Lucas Zancanaro: Não existe um consenso sobre a definição de queda. De forma mais abrangente, a queda pode ser explicada como um deslocamento não intencional do corpo, com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade.

O Democrático: Qual o impacto social desses episódios?
Lucas Zancanaro: Com o aumento da expectativa de vida e o crescente envelhecimento populacional, as quedas e suas consequências constituem um problema de saúde pública, que impacta diretamente a sociedade no Brasil e no mundo. A queda é o acidente mais grave e frequente sofrido pelos idosos. A prevenção é muito importante para diminuir a morbidade, a mortalidade e os custos em saúde para o idoso e seus familiares.

O Democrático: O que os números mostram?
Lucas Zancanaro: Os números sugerem que a incidência de quedas aumenta conforme a idade atingindo 32% dos idosos entre 64 e 74 anos, 35% dos idosos entre 75 e 85 anos e até 51% dos idosos acima de 85 anos. No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano.

O Democrático: Quais os fatores de risco para quedas em idosos?
Lucas Zancanaro: Os fatores de risco podem estar ligados diretamente ao idoso, como envelhecimento, perda de massa muscular, condição clínica, uso de muitos medicamentos ao mesmo tempo e por período prolongado, sedentarismo, deficiência nutricional, comprometimentos visual, cognitivo, de equilíbrio; e também por outras questões, como iluminação inadequada, obstáculos formados por tapetes, objetos soltos, mobiliário mal alocado, superfície irregular e escorregadia, prateleiras muito altas ou baixas, sapatos inadequados, vias públicas mal conservadas e ausência de corrimãos em corredores e banheiros.

O Democrático: É possível criar um perfil do idoso que sofre queda?
Lucas Zancanaro: Sim, é possível. Entre os idosos que sofrem quedas em casa, notamos maior associação entre a imobilidade e os fatores citados acima. Por outro lado, idosos mais ativos apresentam maior exposição aos fatores ambientais e é mais comum observar quedas fora do ambiente domiciliar.

O Democrático: Quais as possíveis consequências de uma queda?
Lucas Zancanaro: O medo de sofrer novas quedas, perda de confiança para se locomover, declínio funcional, dependência nas atividades de vida diária, baixa autoestima, depressão, isolamento social, fraturas, imobilidade prolongada e suas complicações, como úlceras de pressão, problemas respiratórios, circulatórios e incontinência urinária.

O Democrático: Como é feita a prevenção das quedas em idosos?
Lucas Zancanaro: As medidas para a prevenção de quedas nos idosos são desenvolvidas mediante abordagem da equipe interdisciplinar de saúde, que atua na identificação e no manejo dos fatores de risco, definindo os demais objetivos e as condutas a serem adotadas de acordo com cada paciente.

O Democrático: Qual a atuação da fisioterapia nesse contexto?
Lucas Zancanaro: A avaliação e intervenção fisioterapêutica são conduzidas de forma individualizada visando atender as necessidades de cada paciente. De modo geral, os objetivos são aumentar a mobilidade articular, ganhar força muscular, sobretudo nos membros inferiores, melhorar o equilíbrio, otimizar a marcha, aumentar a funcionalidade e promover a educação em saúde.

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