Nascido em Dois Córregos, ele tem 67 anos e trabalha há cinco décadas na mesma profissão. Casado é pai de uma filha. Mesmo já aposentado, o amor pela profissão fala mais alto e parar ainda não está nos planos. Conhecido em toda a cidade, o personagem desta semana no jornal “O Democrático” é Antônio Aparecido Nais, o Toninho Barbeiro.
O Democrático: Quem são os seus pais?
Toninho Nais: Meus pais são Caetano Nais e Gumercinda Capelari Nais, já falecidos.
O Democrático: Sempre morou em Dois Córregos?
Toninho Nais: Eu nasci em Dois Córregos, mas com dois meses de idade meus pais se mudaram para Boa Esperança do Sul. Com 11 anos, voltamos para Dois Córregos para viver em uma chácara. Já em 1969 eu comecei a trabalhar no salão, depois fiz dois cursos de aperfeiçoamento de cabelo em Araraquara.
O Democrático: Há quantos anos trabalha como barbeiro?
Toninho Nais: Há 50 anos.
O Democrático: É casado?
Toninho Nais: Sim, sou casado com Antônia de Lourdes Trefiglio Nais.
O Democrático: Tem filhos?
Toninho Nais: Sim, tenho uma filha, a Nadja.
O Democrático: Por que usam a expressão “Toninho Nais, que corta o cabelo e não olha pra trás”?
Toninho Nais: Quem criou isso foi o compadre Vadô. Quando ele foi casar, eu que cortei o cabelo dele e a barba. Ele começou a brincar com isso no salão e, depois, quando me mandava música no rádio, ele falava que ia mandar para o barbeiro da rua da estação, que corta o cabelo e não olha pra trás.
O Democrático: Mas por que ele começou a falar isso?
Toninho Nais: Por causa que o espelho do salão é grande, então você consegue ver, mesmo de costas, quem passa na rua, quem passa de carro, sem ter que olhar para trás.
O Democrático: Você tem algum outro apelido?
Toninho Nais: No tempo que eu era criança, a minha família me chamava de “Dinho”.
O Democrático: Fez muitos amigos com esta profissão?
Toninho Nais: Sim, fiz muitos amigos, sempre tive muitos fregueses, a cidade inteira me conhece.
O Democrático: Como é a sua rotina?
Toninho Nais: A gente quase não tem tempo, passo o dia no salão e aproveito a hora do almoço para sair, pagar uma conta, ir à lotérica.
O Democrático: E o que gosta de fazer nas horas de lazer?
Toninho Nais: No fim de semana eu gosto de assar um churrasquinho, tomar uma gelada, uma cervejinha.
O Democrático: Se considera um bom marido?
Toninho Nais: Sim, sempre dou uma mãozinha em casa. Eu acho que ajudar é o principal.
O Democrático: Se sente um homem realizado?
Toninho Nais: Sim, me sinto. Eu me aposentei em dezembro de 2010, mas gosto demais do que eu faço, não quero parar.
O Democrático: Qual o seu time de coração?
Toninho Nais: Palmeiras, porque meu pai era palmeirense e acompanhei muito ele.
O Democrático: Sofre por causa de futebol?
Toninho Nais: Não, eu não ligo. E tenho clientes que torcem para outros times, então eu sei que tenho que respeitar.
O Democrático: Qual a sua comida preferida?
Toninho Nais: Arroz e feijão.
O Democrático: É religioso?
Toninho Nais: Sim, sou católico.
O Democrático: Qual mensagem gostaria de deixar?
Toninho Nais: Eu quero desejar a todos muita saúde e paz. Que meus clientes continuem confiando no meu trabalho, frequentando o meu salão, porque sempre que eles estão aqui, eu estou de bem com a vida.