PERSONAGEM DA SEMANA

Casada, mãe, avó e com cinco décadas de vida. Teve uma infância difícil, foi mãe muito jovem e sempre batalhou para ajudar no sustento da casa. Trabalhou por anos como empregada doméstica, mas se encontrou fazendo e vendendo salgado. A personagem desta semana no jornal “O Democrático” é Eleisa Darc dos Santos, mais conhecida como “Eleisa da Esfiha”.

O Democrático: Quantos anos você tem?
Eleisa: Tenho 50 anos.

O Democrático: É casada?
Eleisa: Sim, sou casada com José Fernando de Mira.

O Democrático: Tem filhos?
Eleisa: Tenho três filhos, Caique, Peterson e Pablo.

O Democrático: Tem netos?
Eleisa: Tenho duas netas, Raissa e Rafaela, e um neto, Alan Gustavo.

O Democrático: Por que te chamam de “Eleisa da Esfiha”?
Eleisa: Meus clientes que me apelidaram assim. Eu aprendi a fazer esfiha, quando meu filho mais novo tinha cerca de três anos. Eu aprendi essa massa, que era diferente, mais macia que as outras. No começo eu sofria para fazer, porque era difícil, precisava ir à geladeira. Mas fazia sempre, porque meu filho gostava. Depois acabei tendo a ideia de fazer esfiha para vender. Só que eu consegui um trabalho como empregada doméstica, em Jaú, e não consegui mais fazer.

O Democrático: Quando voltou a vender esfiha?
Eleisa: Eu trabalhei 11 anos como faxineira, em Jaú, e o pessoal sempre pedi para eu fazer as esfihas, mas eu não tinha tempo. Mas quando parei de trabalhar, voltei a fazer e vender. Já faz cinco anos.

O Democrático: Você já precisou vender esfihas para sustentar a família?
Eleisa: Já aconteceu de eu sustentar a minha família com as esfihas em períodos difíceis. Hoje, a venda das esfihas é um complemento.

O Democrático: Você gosta de fazer salgado?
Eleisa: Eu adoro cozinhar. Faço as esfihas com muito amor.

O Democrático: Como foi a sua infância?
Eleisa: Eu tive uma infância muito difícil. Minha mãe criou eu, minha irmã e meu irmão sozinha. Não tive pai. Ela se separou dele quando estava grávida de dois meses de mim, porque ele bebia muito. Depois da separação, ela foi morar com o meu avô. Nos criou e depois teve o meu irmão. Minha mãe sempre foi trabalhadora, lutadora, guerreira, mas com 36 anos ela teve um derrame, que paralisou o lado esquerdo. Na época eu tinha dez anos e a gente teve que se virar sozinha. Por muitos problemas, acabei engravidando cedo. Eu tive o meu primeiro filho com 14 anos. Na época eu já morava com o meu ex-marido. Tive o Peterson e depois tive o Pablo. Como meu ex-marido bebia muito, eu acabei me separando. Nessa época, meu filho do meio tinha dois meses. Criei ele sozinho até os dez anos, que foi quando eu conheci o Fernando, que é o pai do meu terceiro filho, com quem estou há 27 anos.

O Democrático: Sente saudade da infância?
Eleisa: Apesar das dificuldades, de ser pobre e da minha mãe cuidar da gente sozinha, foi uma infância feliz.

O Democrático: Sente falta da sua mãe?
Eleisa: Muita falta. Em outubro vai fazer 33 anos que ela faleceu.

O Democrático: Qual foi o momento mais triste da sua vida?
Eleisa: Quando deu o derrame na minha mãe, que ela tinha 36 anos, e não podia se movimentar, sem se mexer, foi muito triste ver ela naquela condição. E ela viveu assim por sete anos.

O Democrático: Se sente realizada?
Eleisa: Sim. Agradeço a Deus por estar com 50 anos, ter saúde, estar trabalhando, vendo meus filhos e meus netos crescerem. Eu não paro de lutar nunca. Mais do que realizada, eu me sinto abençoada por Deus.

O Democrático: Qual foi o momento mais feliz da sua vida?
Eleisa: É hoje em ver meus filhos crescidos. Olhar e ver cada um seguindo seus caminhos, com os seus filhos, lutando, trabalhando. Minha maior felicidade é essa.

O Democrático: É religiosa?
Eleisa: Sou religiosa, mas não sou praticante. Eu tenho Deus no coração. Deus está sempre presente na minha vida.

O Democrático: Qual mensagem gostaria de deixar aos seus clientes e também à sua família?
Eleisa: Para os meus clientes, agradecimento, porque se não fosse por eles eu não era conhecida como “Eleisa da Esfiha”. Muita gratidão. Enquanto eu puder e tiver condições, vou continuar fazendo salgado. E para a minha família, que sigam o exemplo que eu pude dar a todos eles. Tenham foco, vão atrás do que almejam na vida, sempre no caminho do bem.

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