PERSONAGEM DA SEMANA

Nascida e criada em Dois Córregos, ela tem 52 anos e transborda alegria. Na semana em que se comemora o “Dia da Consciência Negra”, ela, que é negra, lamenta que o preconceito ainda esteja presente na sociedade. A personagem desta semana no jornal “O Democrático” é Lucila Marivaldo Romão Vernier.

O Democrático: É casada?
Lucila Vernier: Sou viúva.

O Democrático: Tem filhos?
Lucila Vernier: Não tenho filhos.

O Democrático: Quem é a Lucila?
Lucila Vernier: Eu procuro ser uma pessoa extrovertida, brincalhona, leal, sincera e alegre. A alegria é o ponto que fala mais alto em mim.

O Democrático: Está sempre feliz?
Lucila Vernier: Por pior que seja a situação, sempre a alegria fala mais alto. Até nos momentos mais tristes, o meu lado alegre prevalece.

O Democrático: Como foi a sua infância?
Lucila Vernier: A gente morava nas colônias da Fepasa e ali a gente brincava o dia todo. Eram aquelas brincadeiras de rua: pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, rodar pneu, subir em árvore, era criança solta.

O Democrático: Foi uma infância feliz?
Lucila Vernier: Tenho muitas boas lembranças. Meus pais proporcionaram muitos momentos de alegria para a gente. Naquela época, uma latinha virava um carrinho e isso já era motivo para ficarmos felizes. Lembro que eu tive um jeep Bandeirantes, foi a coisa mais linda que eu vi descendo do forro da minha cabeça, que o Papai Noel me trouxe.

O Democrático: Quem são seus pais?
Lucila Vernier: Pedro Romão e Maria Amélia Araújo Romão. Eles não são mais vivos. Já partiram há algum tempo.

O Democrático: O que te fez ser essa pessoa alegre?
Lucila Vernier: Eu sou assim, porque Deus me fez assim. Se for chorar por tudo o que acontece, eu fico o dia todo em lágrimas. Eu deixo o lado alegre falar por mim. Nos momentos de tristeza, eu canto mais alto ainda para colocar ela lá no chão.

O Democrático: Já vivenciou o racismo?
Lucila Vernier: Preconceito tem e vai demorar muito para ser banido da sociedade. Quando eu vejo uma pessoa demonstrando racismo, preconceito, por qualquer coisa, eu até dou risada, porque eu tenho dó de pessoas assim. São pessoas que não aprenderam a viver, que se fecharam em um mundo delas, e esse mundo deve ser escuro. Nos tempos de hoje, uma pessoa ter preconceito, é muito feio, é triste.

O Democrático: Qual a importância do “Dia da Consciência Negra”?
Lucila Vernier: É um dia para a pessoa parar, pensar e refletir muito. O preconceito precisa ser banido, seja ele por causa da cor, do sexo, da etnia, ou qualquer outro.

O Democrático: Você sempre foi uma pessoa fácil de fazer amizade?
Lucila Vernier: Eu sempre levo a vida pelo lado alegre. Se uma pessoa chega triste, eu procuro levantar a moral dela. Eu passei por momentos difíceis na vida com meu marido, que ficou doente e depois veio a falecer. Às vezes, eu encontro pessoas que estão passando pela mesma situação. Então, eu ensino elas a remar o barco e parar em uma margem segura. Talvez seja isso em mim que atraia as pessoas. Esse meu jeito espontâneo de ser.

O Democrático: É religiosa?
Lucila Vernier: Eu sou espírita. O espiritismo é uma ciência, e ciência e religião caminham lado a lado. Eu optei pelo espiritismo, porque mesmo sendo antigo, ele fala do que acontece nos dias de hoje.

O Democrático: Qual mensagem gostaria de deixar aos leitores?
Lucila Vernier: Só peço que Deus abençoe, guarde e proteja a todos. Que tenham sempre alegria no coração, deixem o sol brilhar e não deixem os tons de cinza prevalecerem. O sol é o nosso astro rei, é o que nos rege. Que sejam sempre felizes e que tenham alegria para o resto da vida.

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