Dr. Responde

O termo AVC é muito conhecido. Mas apesar de parecer comum, muitas pessoas não sabem o que é a doença, como ela ocorre, o que causa e se é possível preveni-la. Além de AVC, ela também é conhecida por AVE, Acidente Vascular Encefálico. Quem explica mais detalhes sobre o assunto é o fisioterapeuta Lucas Leonardo Zancanaro.

O Democrático: O que é Acidente Vascular Encefálico?
Lucas Zancanaro: O Acidente Vascular Encefálico (AVE), também conhecido como Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou derrame, trata-se da perda repentina da função neurológica devido à interrupção do fluxo de sangue para alguma região do encéfalo.

O Democrático: O que ocorre durante o AVE?
Lucas Zancanaro: As células do cérebro necessitam de um fornecimento constante de sangue, pois é através dele que ocorre o transporte de oxigênio e dos nutrientes responsáveis pelo seu funcionamento. Quando o sangue para de chegar até as células cerebrais, elas começam a danificar-se muito rapidamente levando à perda de sua função.

O Democrático: Quais os tipos de AVE?
Lucas Zancanaro: Existem dois tipos de AVE, o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico é mais comum e ocorre quando há bloqueio de uma artéria por uma placa de gordura ou por um coágulo formado em outra parte do corpo, que se desloca até o cérebro e bloqueia uma artéria. Já o hemorrágico é mais grave e ocorre quando há rompimento de um vaso sanguíneo cerebral provocando sangramento dentro ou ao redor do cérebro.

O Democrático: Como identificar os sinais e sintomas? O que fazer?
Lucas Zancanaro: Existem alguns sinais que o corpo dá e é importante ficar atento, como na perda de força na face, com desvio da boca para o lado, fraqueza ou adormecimento dos membros (braço ou perna) de um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender as palavras, alteração da visão, dor de cabeça forte e persistente, tontura, dificuldade de engolir e falta de coordenação para andar. Qualquer um desses sinais e sintomas pode indicar um AVE.

O Democrático: É importante buscar ajuda rapidamente?
Lucas Zancanaro: Sim, na presença de algum sinal de alerta e na suspeita de AVE é fundamental buscar ajuda rapidamente. Quanto mais rápido o atendimento, melhor o prognóstico e as chances de recuperação total.
O Democrático: Quais os fatores de risco para esse problema?
Lucas Zancanaro: A hipertensão arterial, o diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, histórico familiar, idade avançada e ser do sexo masculino podem aumentar as chances de ter um AVE.

O Democrático: Quais as complicações decorrentes do AVE?
Lucas Zancanaro: As complicações e gravidades dependem de alguns fatores, como a região que foi acometida, a extensão da lesão e a intervenção na fase aguda. A principal complicação é a hemiplegia, que é a paralisia de um lado do corpo. Se a região do cérebro que controla os movimentos for afetada, o paciente poderá apresentar a hemiplegia ou ter fraqueza e dificuldade para realizar alguns movimentos de um lado do corpo, o que chamamos de hemiparesia. O paciente também pode apresentar alterações de sensibilidade, fala, expressão e memória.

O Democrático: Como prevenir o AVE?
Lucas Zancanaro: A prevenção deve ser focada nos fatores de risco modificáveis e na mudança de comportamento. É importante fazer exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação equilibrada e saudável, manter o peso ideal, consumir bastante água e evitar o uso do cigarro e o consumo de álcool.

O Democrático: Qual o papel da fisioterapia na reabilitação do paciente?
Lucas Zancanaro: A fisioterapia neurofuncional é componente fundamental do processo de reabilitação. A fisioterapia respiratória é importante, principalmente na fase aguda, para manter a função respiratória adequada. Já a fisioterapia motora está presente em todo o processo de reabilitação.

O Democrático: Qual o foco da fisioterapia motora?
Lucas Zancanaro: O foco é voltado para a redução da dor, facilitação dos movimentos, inibição da espasticidade, que é o aumento da tensão do músculo durante o repouso, ganho de simetria corporal, estímulo sensorial, treinamento da marcha e das atividadades de vida diária. Tudo isso visa recuperar a funcionalidade do paciente. É importante destacar, que o fisioterapeuta atua também orientando o paciente, a família, cuidadores e os demais membros da equipe de reabilitação.

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