A Guarda Costeira da Líbia recuperou “dezenas de corpos” no trecho do Mar Mediterrâneo onde dois barcos de migrantes naufragaram na última quinta-feira (25).
As autoridades de Trípoli dizem que 116 pessoas ainda estão desaparecidas. Segundo a Guarda Costeira do país africano, as duas embarcações levavam cerca de 300 migrantes, dos quais 137 se salvaram.
Os barcos afundaram na costa de Khoms, cerca de 120 quilômetros a leste de Trípoli. “Acompanhamos o que aconteceu e, para a Comissão Europeia, é um terrível lembrete do risco que os migrantes enfrentam nessa perigosa viagem à Europa. Uma única vida perdida já é muito”, disse uma porta-voz da Comissão Europeia, que patrocinou um acordo para a Itália treinar e equipar a Guarda Costeira da Líbia, assinado no início de 2017.
Desde então, as autoridades passaram a fazer resgates no Mediterrâneo, enquanto a UE reduziu suas operações de socorro marítimo. De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a letalidade da travessia do Mediterrâneo Central subiu de 3,2% do total de viagens em 2018 para 4,6% em 2019, embora o número absoluto de mortes tenha caído de 1.111 para 426 – a estatística se refere ao período entre 1º de janeiro e 26 de julho.
A Líbia é um dos principais pontos de partida para migrantes forçados e refugiados que tentam chegar à Europa. O país, no entanto, não existe hoje enquanto Estado unificado e já enfrenta oito anos de guerras de milícias.
Recentemente, um bombardeio conduzido pelas forças do general Khalifa Haftar, que tenta conquistar Trípoli, matou cerca de 50 pessoas em um centro de detenção de migrantes. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 84 sobreviventes dos naufrágios da última quinta foram levados para esse mesmo abrigo, que fica nos arredores de Trípoli.
“O atual sistema líbio de gestão da migração irregular e de detenção arbitrária de refugiados e migrantes deve acabar e deve estar em linha com padrões internacionais”, disse a alta representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini.
Fonte – Terra